quarta-feira, 30 de julho de 2008

Cinzas da escuridão


Perdido nessa imensa escuridão,
olho ao meu redor e não consigo
desprender-me daquilo que me
tirou a angústia do aparente incerto.

Estou na luz, mas ao mesmo
tempo no mar morto da escuridão,
tento e não consigo,
não consigo ser ouvido,
não consigo ser notado,
apenas por aqueles que se
aproveitaram do
meu corpo em plena luz,

enquanto estou gemendo na imensa escuridão.

O que fazer? Aceitar?
Contestar? Como, se não posso
ser ouvido, se não posso ser notado.


Fui esquecido pelas chamas
que queimam a cera da vela,
que a qualquer instante podem
deixar de cumprir o seu papel.


Mundo, mundo, mundo de escuridão
onde a fala não pode ser ouvida,
onde o grito não pode ser notado

e onde a chama virou fumaça e eu,
cinzas da escuridão.

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