sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Alma Minha

Na geografia da minha alma existe às vezes a triste imobilidade de um rio, o mesmo que porventura existiu um dia e no qual julgo querer-me ainda. Talvez por isso sinta já uma nostalgia da vida ou do tempo que necessito vir a ter. É que o que ficou do pezinho decriança, desse restante de mim, começa a ter maior medo de pisar relva macia, ou a que assim parece pelo menos, pois são muitas agora as marcas das puas e dos espinhos que vincaram de percalços os meus soltos pulos e livres passos. Contudo, deixar-me-ei agora por aqui, até porque, como diria Pessoa...:
"Neste mundo em que esquecemos Somos sombras de quem somos, E os gestos reais que temos No outro em que, almas, vivemos, São aqui esgares e assomos."

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